Provoco o leitor a viajar comigo nas páginas da história do Brasil, mais precisamente no período em que vivemos a Ditadura Militar, onde os veículos de comunicação eram alvo de perseguição política e censura implacável. Para me ajudar a contar e refletir um pouco sobre essa história, retirei trechos de uma leitura da professora Michelle Viviane Godinho Corrêa.

Os veículos de comunicação sempre foram a principal ferramenta para a formação da opinião pública. Por isso, regimes como o que vigorou no Brasil entre 1964 e 1985, procuraram ter controle sobre suas atividades. O primeiro presidente desse período, Castelo Branco, foi responsável por fundar as bases que criaram diferentes meios de repressão política e ideológica. O objetivo dessa centralização era garantir a permanência do sistema.

Esse controle sobre a opinião pública ficou ainda mais forte com a criação da Lei de Imprensa, em 1967. Com ela, o governo garantiu severas punições a jornalistas e meios de comunicação opositores as suas ideologias. Por isso, a maior parte dos veículos de comunicação passaram a apoiar o governo, sendo poucos os que se pronunciaram contra (como o Correio da Manhã) e, por isso, sofreram sérias represálias. Devido a esse controle da imprensa, os diversos intelectuais e figuras públicas que pronunciavam-se contra a ditadura tiveram um espaço de manifestação bastante restrito.

Ao longo do tempo, jornalistas contrários ao regime militar encontraram no humor uma forma de manifestar sua insatisfação. Quadrinhos, charges, músicas e peças teatrais foram alternativas encontradas, através de diferentes recursos linguísticos que caracterizavam a música de protesto. Mesmo assim, muitos deles foram presos, exilados, torturados…

Dizem que com o fim da Ditadura Militar, em 15 de janeiro de 1985, a censura também acabou. Será?