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ENTREVISTA: Edi da Farmácia, ex-candidato a prefeito pelo PSC

Política

ENTREVISTA: Edi da Farmácia, ex-candidato a prefeito pelo PSC

Ele avalia o cenário político, governo municipal e a gestão na Câmara. Revela se recebeu dinheiro de Ponticelli para não desistir das eleições, em 2016. Fala sobre as suas pretensões como pré-candidato a deputado, sua ligação com Bolsonaro e da sua bandeira a favor da acessibilidade.

Atualizado em 25/01/2021 20:25

Foto: Divulgação

Edi Carlos de Almeida (44) nasceu em Joinville mas mora em Tubarão há 39 anos. É casado, tem dois filhos e um neto. É formado em Farmácia pela Unisul, com especialidade em Farmácia de Manipulação, Homeopatia e Cosméticos pela PUC/PR e em Teologia, pela Faculdade Gospel/SP. É proprietário da Edipharma. Filho do ex-vereador Joel de Almeida, foi candidato a prefeito de Tubarão em 2016, conquistando 4301 votos. É filiado ao Partido Social Cristão.

ExtraSC – O senhor tem aparecido bem nas pesquisas sobre o próximo pleito eleitoral. O senhor atribui isso ao desgaste e insatisfação da população em relação à política?
Edi – 
O momento em que vivemos hoje é o reflexo no descrédito na política, como um todo. E o grande problema desse descrédito é o estelionato eleitoral. Durante a campanha, o político promete muitas coisas que não são concluídas durante o mandato. Cria expectativa na população. Diante disso, surge a esperança dos novos nomes, daqueles que se colocam na política pra fazer a diferença. Quando participamos das eleições, em 2016, fizemos uma campanha com o pé no chão, não prometendo aquilo que seria inviável de fazer.

ExtraSC – O senhor citou a eleição de 2016, onde ficou em quarto lugar. Acha que, se eleito, estaria fazendo um trabalho melhor que o do prefeito Joares Ponticelli?
Edi – Seria muita pretensão dizer que estaria fazendo melhor. Mas uma coisa eu tenho certeza: estaria cumprindo com o meu plano de governo, que eu apresentei para a população de Tubarão. E todos os que votaram em minhas propostas, estariam sendo beneficiados por todas as ideias que nós tínhamos para o município.

ExtraSC – Recentemente, o senhor publicou críticas a atual gestão da Câmara de Vereadores em suas redes sociais. O senhor se considera oposição ao atual governo?
Edi – Fiz uma crítica à Câmara municipal com relação ao gasto com publicidade. Nos dias em que estamos vivendo, esse investimento tem que ser feito com critério, porque os recursos são escassos. Precisamos pregar muito a economia nos poderes, principalmente no legislativo, que é muito caro no Brasil. O legislativo é a casa do povo. Tem que haver discussão com a população naquilo que se vai investir. O gestor precisa chamar a população para conversar. Não digo que sou oposição, digo que sou um crítico, como todo o cidadão tubaronense. Preciso aceitar, o resultado das urnas. Quem governa é quem vence a eleição. Como não ganhei, estou aqui para tecer as minhas críticas para o bem do município. Penso que todo cidadão, inclusive aqueles que votaram neste governo, tem que exercer este papel crítico. Dou um exemplo: nós estávamos na expectativa de ter a inauguração de uma ponte de concreto, no lugar da ponte pênsil. Isso não aconteceu. Recentemente inauguraram a reforma da ponte pênsil. Isso frustrou a população, o povo estava esperando. E o recurso veio. Agora temos que ver se o recurso continua aqui ou se foi devolvido. É nessa posição que me coloco.

“O grande problema desse descrédito [na política] é o estelionato eleitoral. Durante a campanha, o político promete muitas coisas que não são concluídas durante o mandato. Cria expectativa na população”.

ExtraSC – Porque somente agora, em ano eleitoral, o senhor resolveu se manifestar?
Edi – Eu não poderia me manifestar antes de um ano do governo, seria muita hipocrisia. Entendo que é muito difícil você trabalhar com o orçamento da gestão anterior. Mas agora mudou o ano, então o governo vai trabalhar com o orçamento praticado por ele. Aquilo que foi prometido em campanha tem que acontecer, porque agora já existe um novo orçamento, a mesma desculpa de que tinha que ajeitar a casa já foi. O prazo de validade do já venceu. Entendo todas as dificuldades de uma nova gestão. Eu vou me manifestar, mesmo não sendo candidato a nada nesta eleição, porque este é o meu papel como cidadão. Participei de um pleito municipal, vi as propostas de todos os candidatos e agora,preciso cobrar aquilo que foi colocado como proposta de campanha. Enquanto eu estiver vivendo em Tubarão, sempre vou me manifestar, independente das questões políticas e eleitorais.

ExtraSC – O senhor recebeu dinheiro da campanha de Joares Ponticelli para não desistir da sua candidatura em 2016?
Edi – 
Em absoluto. Eu não recebi nenhum valor pra desistir da campanha à prefeito. Eu nem era o segundo colocado nas pesquisas. O que tem que pensar é que existe o agente corruptor e o corrupto. Então porque não fazer essa pergunta também para quem venceu a eleição? Se existe essa dúvida. Antes do processo eleitoral eu fui procurado por várias pessoas que queriam forçar a minha desistência. Não é da minha índole. Eu tinha um projeto para a cidade de Tubarão e jamais desisti desse projeto. Ele continua de pé. Em 2016, nós fizemos campanha com uma estrutura mínima, mas conseguimos fazer votos expressivos. Candidatos nossos conseguiram 1000 votos, 500 votos, mas infelizmente não conseguimos legenda para eleger um vereador.

ExtraSC – Essa informação circula pelas rodas políticas. Por que nem o senhor nem os aliados ao prefeito vieram a público desmentir e esclarecer que trata-se de um boato?
Edi – Eu volto a esclarecer. Existem boatos de várias naturezas, espelhados por aí. Repito: tem que se fazer essa pergunta para o atual gestor também. Meu compromisso era com o projeto de governo, com a população de Tubarão e com nossos candidatos a vereadores. Esse compromisso eu ainda tenho: mostrar que é possível fazer política diferente, inclusive no município de Tubarão.

 “Jair Bolsonaro representa grande parte daquilo que pensamos […] Creio que é um dos grandes candidatos a presidência da República”.

ExtraSC – Se as Eleições para prefeito fossem amanhã e o senhor não fosse candidato, votaria para a reeleição de Joares Ponticelli?
Edi – Hoje, não. Mas torço muito para que esse governo dê certo. Para o bem de toda a população de Tubarão. Eu entendo que o gestor público tem que fazer uma avaliação do seu governo. Procurar, inclusive, seus opositores. Eles precisam ser ouvidos. Eu, se tivesse ganhado a eleição, já teria procurado os meus opositores e buscado com eles uma avaliação do governo e até perguntando o que poderíamos fazer para melhorar. Seria a conduta correta do homem público. Deixar de lado as vaidades pessoais e buscar ajuda até em quem foi seu oponente na eleição. Seria um ato de grandeza.

ExtraSC – O senhor quer ser candidato a deputado estadual este ano?
Edi – 
Coloquei meu nome à disposição do partido porque penso que posso colaborar muito com o desenvolvimento da nossa região. Estamos carentes de representação na Amurel. Nossa região, hoje, não possui nenhum deputado na Assembleia Legislativa. Quero ajudar os municípios da nossa região e o desenvolvimento do estado, como um todo.

ExtraSC – O senhor não acha que quanto mais candidatos, menores as chances de nossa cidade eleger um deputado estadual?
Edi – Pior do que termos muitos candidatos aqui, são aqueles que vem de fora tirar votos da nossa região. Que não tem compromisso nenhum com a Amurel. Temos que ser bairristas neste momento e votarmos em representantes da região. Entendo que posso ajudar muito como representante na Alesc. Também não exerço nenhum cargo eletivo. Alguns que se postulam, são pré-candidatos, já exercem cargos eletivos e vão criar uma lacuna, vão deixar sua representação para participar de uma nova eleição. Eu não tenho esse problema. Nós temos que somar. Além da representação que existe em nível municipal, temos que pensar em uma representação regional.

Edi durante a campanha, em 2016. Foto: Divulgação

ExtraSC – O senhor vai para o PSL?
Edi – Tenho recebido convite de vários partidos. Hoje, sou pré-candidato a deputado estadual pelo PSC, mas não descarto nenhuma possibilidade. Também não é um decisão unilateral, apenas pessoal. É uma decisão de um grupo de pessoas, que apostam em um projeto voltado para a nossa região. Então eu tenho que ouvir as bases, aqueles que estão comigo, afim de tomar uma decisão acertada, podendo participar de um pleito com viabilidade para se ganhar.

ExtraSC – Se fosse para o PSL, teria que fazer campanha para o pré-candidato a presidência Jair Bolsonaro. O senhor tem afinidade com a linha de pensamento dele?
Edi – Temos toda a afinidade de pensamento e ideias. Jair Bolsonaro representa grande parte daquilo que pensamos. Ele saiu do PSC, o meu partido. Até este momento nós estávamos juntos. Então não tenho dificuldade nenhuma, se for para o PSL, em pedir votos para ele. Creio que é um dos grandes candidatos a presidência da República. Bolsonaro e mais um ou dois, no máximo, são os candidatos que o brasileiro precisa.

ExtraSC – O senhor é uma referência de força de vontade. É um empresário bem sucedido e coloca-se a disposição para trabalhar em prol da coletividade. Buscar melhor qualidade de vida e acessibilidade ao deficiente físico é uma das suas bandeiras?
Edi – Eu posso falar deste assunto com liberdade, porque eu vivo isso todos os dias da minha vida. Como portador de necessidades especiais, eu sei o que é para um deficiente pegar um ônibus, fazer uma universidade, ir para o trabalho todos os dias. Quando as pessoas dizem que isso é um fator limitante, eu vejo o contrário. Eu acredito a mesma vontade em fazer as coisas acontecer existe em todas as pessoas. Uma limitação física não impede ninguém de colocar em prática seus projetos e sonhos. Aí vamos falar de superação. Onde aquele que tem um pouco mais de dificuldade nunca vai desistir diante das limitações. A maior barreira ainda é o preconceito. Recentemente uma desembargadora, no Rio de Janeiro, questionou uma professora com síndrome de down. Me perguntaram se a deficiência seria um empecilho pra exercer um cargo público. E eu respondo: se eu for governar o município, se eu for representar alguém, não será com as minhas pernas. Será com a minha mente, a minha capacidade intelectual. Dessa forma eu exercerei meu papel como homem público. Com certeza uma das minhas maiores bandeiras é a acessibilidade. Trazer para o setor público a ideia de tornar as coisas acessíveis a todas as pessoas. O que o deficiente físico quer não é ser tratado diferente. Ele só quer ter acesso à educação, à saúde, às questões públicas e um ambiente de trabalho que propicie exercer seu papel com dignidade.

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