Informações extraoficiais apontam que a dívida da Unisul gira em aproximadamente R$ 700 milhões – incluindo os salários e impostos atrasados pagos nesta quinta-feira (24), um dia após o anúncio da parceria com o grupo Ânima Educação. Os gestores garantem que o valor é menor.
Questionado sobre como a universidade chegou a essa situação crítica, o reitor Mauri Heerdt citou alguns motivos, incluindo o cancelamento da isenção fiscal, processos trabalhistas e ações movidas por ex-alunos. “O indeferimento da nossa filantropia causou o cancelamento da imunidade tributária. Esse processo é do ano de 2000 e em 2014 fomos obrigados a aderir ao Proies (Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento das Instituições de Ensino Superior). Está em R$ 367 milhões, esse é o grande número da dívida da Unisul”, garante.
E continua: “Em 2003 e 2004, sofremos sete mil ações, referentes à forma de cobrança dos estágios e TCCs. O maior volume de dívida bancária da Unisul foi exatamente nessa época. Sangrou dos nossos cofres R$ 27 milhões. E tem ainda as questões trabalhistas. Em 2010 e 2011, atrasamos os salários. Esses processos chegaram agora. Temos ainda a dívida em relação à previdência complementar, de 1997. Infelizmente, nos anos posteriores, não conseguimos honrar a parte patronal dessa contribuição e isso gerou uma dívida hoje em R$ 82 milhões”, lembra.
Os gestores do Ânima acreditam que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) não seja um empecilho para a oficialização da parceria e esperam que a aprovação ocorra em até três meses. Neste período, o grupo educacional não poderá participar da administração da Unisul, que ficará a cargo da atual reitoria.
“Se faltou investimento, estamos aqui para investir ainda mais. Vamos viabilizar meios para que os salários nunca mais atrasem, assim como os tributos. Traremos para cá o que temos de melhor. E também vamos potencializar o que a Unisul tem de melhor. E teremos um movimento de retomada da pujança, do posicionamento de liderança e da posição de referência que é a Unisul”, salienta o presidente do Ânima, Marcelo Bueno.