A imprensa do sul do país repercutiu na última semana a preocupação de setores da indústria com a retirada do Brasil da lista dos países em desenvolvimento, anunciada pelos Estados Unidos. Organizações empresariais demonstraram receio com o endurecimento das barreiras tarifárias dos norte-americanos para com as economias em desenvolvimento.

Em nossa região, o efeito da guerra comercial entre EUA e China não é um assunto distante. O presidente da ACIT, Edson Martins Antônio, avalia que o “o reflexo é inevitável”.

“Toda e qualquer mudança na economia global e, em especial, na brasileira, tem reflexos, mesmo que em menor intensidade, em nossa cidade. Os EUA estão buscando aumentar a proteção do mercado interno norte americano, e essas alterações na estrutura de avaliação servem para que possam erguer mais barreiras a mais nações”, afirma.

Para o empresário do ramo da construção civil, uma das áreas mais afetadas com a crise econômica, a atuação dos EUA visa proteger a economia daquele país. “É um movimento de erguer barreiras para proteger a indústria norte-americana. É, sobretudo, um movimento normal de um país capitalista, dirigido por um presidente republicano, em tempo pré-eleição. Como o mercado americano é grande e o poder aquisitivo é alto, é uma tendência que o governo dos EUA estabeleçam critérios que eles julgam ‘equilibrar as relações comerciais’ com viés de vantagem para as suas indústrias”, explica.

Ainda que os americanos não tenham delimitado especificamente os setores da indústria que sofrerão resistência para entrar no mercado interno, Edson acredita que o efeito exige atenção dos empresários. “Não serão, neste momento, todos os setores da economia que receberão tratamento diferente. Os americanos ainda irão definir quais produtos, de acordo com os benefícios que cada país oferece em subsídios, serão os mais criticados por eles”.