Em uma sessão histórica de quase seis horas, a Assembleia Legislativa de Santa Catarina decidiu autorizar a continuidade do processo de impeachment do governador Carlos Moisés da Silva (PSL) e da vice-governadora Daniela Reinehr (sem partido).
Foram 32 votos pelo impedimento de Daniela e 33 pelo impeachment de Moisés. Eles precisavam de 14 votos para o arquivamento do decreto legislativo. O presidente da Alesc, Julio Garcia (PSD), se absteve nas duas votações. Agora, será formada uma comissão mista, com cinco deputados e cinco desembargadores do Tribunal de Justiça, que julgará a admissibilidade ou não do processo. A próxima sessão da Casa está marcada para terça-feira (22), quando poderá ser formada a comissão.
Moisés e Daniela foram denunciados por crime de responsabilidade por terem autorizado a equiparação salarial entre os procuradores do estado aos procuradores da Alesc. A Comissão Especial que analisou a denúncia, feita pelo defensor público Ralf Guimarães Zimmer Junior, concluiu que os dois agiram fora da legalidade dos cargos ao terem autorizado a isonomia.
O que dizem os denunciados
A vice-governadora Daniela Reinehr acompanhou toda a sessão ao lado de assessores e apoiadores, que ocuparam a galeria. Ao final da votação, com a confirmação da autorização da Alesc para o impeachment, disse que respeita o voto dos deputados, que considera soberano, no entanto, injusto. “Acredito que os deputados decidiram pela continuidade para que possa apurar os fatos. Eu acredito que a decisão não foi justa”, afirmou.
O governador Carlos Moisés da Silva divulgou nota em que afirmou lamentar a decisão da Alesc e que mantém a confiança na Justiça e no discernimento dos desembargadores e deputados da comissão julgadora.