Uma comunidade terapêutica em Laguna foi interditada após por indícios de tortura e cárcere privado. Havia 49 internos e três homens apontados como responsáveis pelo local foram presos em flagrante.
Diversos acolhidos afirmaram que foram levados e estavam no local contra vontade e que sete homens eram mantidos em cárcere privado. Eles mostraram à equipe um quarto onde ficavam presos praticamente 24 horas por dia. Eles contaram ainda que faziam todas as refeições dentro do quarto, dividiam um banheiro e eram constantemente agredidos.
Conforme a denúncia, medicamentos controlados eram utilizados para dopar os internos recém trazidos à força. Inclusive, no momento da vistoria, havia um interno totalmente dopado, que foi levado para o hospital pelos bombeiros.
Nas paredes de um dos cômodos, havia marcas de sangue, que, segundo os internos, eram decorrentes de agressões sofridas no local. Um pedaço de madeira que, segundo os acolhidos, era usado como instrumento de tortura, foi encontrado.
A comunidade terapêutica não possuía responsável técnico, alvará sanitário, de funcionamento e projeto de prevenção de incêndio aprovado. Também estava superlotada e desrespeitava diversas outras normas sanitárias de funcionamento. A vistoria teve participação do Ministério Público, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros Militar, Vigilância Sanitária e Secretaria de Assistência Social.