Uma afirmação infundada sobre mim circulou nos grupos de WhatsApp na última semana. Acusaram-me de criticar a realização de eventos em Laguna.
Como eu poderia criticar algo que também me sustenta? Há pelo menos 10 anos produzo e apresento festas e shows que me fizeram falta financeiramente na última temporada de verão.
O acusador, que não se identifica, afirma que condenei o Universipraia e o Moto Laguna, eventos que abriram o calendário deste ano e que nunca me contrataram. Jamais e em momento algum eu falei qualquer coisa contra estes. Até porque, fazendo isto eu estaria apontando o dedo para quem eu presto serviços.
Acho que os eventos precisam acontecer. Exclusivamente para vacinados e orientação aos presentes. Restrições que deveriam se estender para restaurantes, shoppings, igrejas, estádios de futebol… sou favorável sim ao passaporte de imunização.
Agora: o setor de eventos foi o mais prejudicado pela pandemia. Parou no primeiro dia e só agora está voltando – e aos poucos. Dezenas de classes dependem da realização destas festas – seguranças, técnicos de som, brigadistas, profissionais da limpeza, músicos, empresários… e muitos não possuem outra fonte de renda e tampouco tiveram ajuda do poder público durante este período.
Quem bom que temos produtores corajosos, que mesmo sob pressão e na tensão mantiveram suas atividades de pé. A eles, em nome de todos os que prestam serviços, muito obrigado.
E por fim: se você não gosta, não quer ou acha que é arriscado, basta não ir. Só não tire o direito de quem quer se divertir com segurança e de quem precisa trabalhar para sobreviver.
Café frio (1)
Às vésperas do Natal, com a prefeitura já em recesso, Joares Ponticelli (Progressistas) convocou a imprensa para um café de prestação de contas. Mais uma vez, um evento esvaziado pela presença do político em uma emissora de rádio um dia antes.
A participação do prefeito de Capivari de Baixo, Dr. Vicente Costa (PL), e do então presidente da Câmara de Vereadores Nilton de Campos (PSD) causou estranheza. O primeiro, porque nada tem a ver com o município vizinho e já tinha realizado o seu encontro com jornalistas. O segundo, por não replicar um evento semelhante no legislativo, terminando sua gestão como começou: faltando transparência e ignorando a importância dos meios de comunicação.
Café frio (2)
Os secretários municipais foram convidados para o evento, mas poucos – bem poucos mesmo – aguentaram ficar até o final. O encontro, guiado por uma burocracia extremamente desnecessária, tornou-se sonolento. A única exceção foi pela resposta atravessada do vice Caio Tokarski (PL), quando o assunto era a campanha “Não dê Esmolas”.
Finalmente, depois de longas três horas, o coquetel foi servido. Pela demora, café e salgadinhos estavam frios. Suco e água, quentes.
Café frio (3)
Esse tipo de encontro precisa ser informal. Não é uma cerimônia. É um café (assim estava no convite). Todos os poucos jornalistas poderiam estar dividindo a longa mesa com prefeito e vice. Comes e bebes servidos desde o início (repito, era um café).
Uma conversa, no lugar de falas intermináveis e repetitivas – já ouvimos o prefeito Joares falar sobre a história da educação ser o maior legado em sua gestão umas 3 mil vezes. A prefeitura reserva o restaurante João Nicca tantas vezes no ano para se reunir com os vereadores, porque não pensaram em um lugar fora do Paço para tornar o encontro ainda mais humano e próximo?
Desumano
Lendo a resposta que a Ânima enviou à imprensa, com respeito ao abusivo aumento das mensalidades para este ano, só posso chegar a uma conclusão: a Unisul, que deixou de ser nossa, perdeu a sua humanidade.
Nosso ex-maior patrimônio e ex-orgulho da região, tornou-se fria, capitalista, comercial e insensível. Não ligam a mínima para a comunidade, tampouco para os seus alunos – que viraram meros clientes. O amor que a instituição tinha pela cidade – e a cidade tinha pela instituição – acabou quando aceitaram e acertaram a sua venda. Uma consequência previsível e que não foi evitada.
A volta dos que recém foram (1)
A vida do vice-prefeito Caio Tokarski não está fácil. Em poucos meses, ele deixou o PSD por não encontrar espaço. Foi convidado pelo senador Jorginho Mello para assinar ficha de filiação no PL e, no calor da emoção, precipitadamente aceitou.
Evento próximo, a ida de Jair Bolsonaro para a sigla. Caio é um crítico assumido ao presidente da República. E, agora essa: a possibilidade de filiação do deputado federal Daniel Freitas, que buscará a reeleição – e, neste cenário, dificultará em muito qualquer possibilidade de vitória para Tokarski.
A volta dos que recém foram (2)
Será que Caio voltará arrependido para o PSD ou buscará outro partido para seguir em seu desejo político?
Em qualquer um dos dois cenários, o desgaste existe e as parcerias eleitorais precisarão ser revistas – e refeitas.
Curtas
• Pergunta que não quer calar: igreja evangélica é igual a academia – se não postar foto no Instagram, não funciona?
• Já como presidente da Câmara de Tubarao, Zaga Reis (Progressistas) promete diálogo e transparência em sua gestão. É um ótimo começo!
• O Farol Shopping apresenta, a partir desta quarta-feira (12), a exposição “Mundo Jurássico”. Espécies em tamanho real, com som e movimento, estarão expostas gratuitamente.
• A última coluna de 2021 citou os pré-candidatos da região. Faltaram dois, um pouco mais tímidos em suas divulgações: Nardo Nesi (deputado estadual) e Consta (deputado federal). Ambos de Gravatal.
• A Comunicação foi tratada, durante toda a pandemia, como serviço essencial e que não podia parar. Foi neste aspecto que os jornalistas arriscaram as suas vidas para transmitir informação…
• …não é como pensam algumas prefeituras da região que, durante o recesso de fim de ano, permitiram que este setor parasse completamente as atividades, sem escalas ou plantões. Como se, simplesmente, por duas semanas nada acontecesse…
• … nesse meio tempo, tivemos o aumento nos casos de gripe e coronavírus. E a informação ficou restrita a redes sociais privadas. Lastimável.
Pra acabar
Foto abaixo, de uma importante e respeitada mesa de personalidades. Passar o ano criticando algum dos presentes pode ser um passaporte para estar nela no futuro. Fica a dica.