Nem tudo é tão ruim que não possa piorar. É assim que muitos caloteiam neste momento de disputa eleitoral. Pelo menos, nesta época, o povão fica sabendo, nos “mínimos detalhes”, quem é quem no jogo por um cobiçado cargo, seja ele, no executivo ou no legislativo, precipuamente para o alto ofício. Em qualquer lugar, onde quer que o eleitor esteja, ás vezes, e de maneira surpreendente, você se depara, ou melhor, é abordado por um deles, cujo roteiro da turma transcorre numa velocidade como corrida de Fórmula 1, principalmente agora na reta final.
Como diria aquele político, nunca na história desse país, o eleitorado se interessou tanto em acompanhar a propaganda no rádio e televisão, que dizem ser gratuita, mas, hum hum, não é. Essa divulgação no melhor horário da mídia brasileira é negociada como aquela famosa revogada lei cultural Rouanet, o chamado incentivo fiscal, também existe no modelo político-partidário, sendo que uns ganham muito espaço, outros recebem pouco, mas têm os que ficam chupando o dedo, porque são excluídos sem dó nem piedade do sistema que eles classificam ser consensualmente democrático, pagos por nós.
Nessa programação do horário nobre televisivo e radiofônico onde os pretensos postulantes se apresentam com toda desenvoltura peculiar e na tentativa de convencer os milhares de eleitores não polarizados, fala-se muito mais da vida particular, íntima e, sobretudo, do imensurável envolvimento no setor público de cada um dos introspectivos santinhos do pau oco. São tantas acusações mútuas que a espetacular extinta Lava-Jata seria fichinha dos causos contados publicamente sem necessitar de confirmação tampouco de delação para entender aquela conceituada expressão popular, “pau que dá em Chico dá em Francisco”. É uma perfeita lavação de roupa suja, aliás, bota encardida nisso. Chega a ser divertido e ao mesmo tempo constrangedor a narrativa da imensidão de empregados públicos milionários que deveriam estar à serviço do povo, protegendo, produzindo, fiscalizando e executando tarefas para as quais foram homologados pelo critério rígido do voto popular. No entanto […] nem precisa acusa-los, eles próprios estão preparados para automutilação psicopolítico-partidária. Protagonismo desenfreado de indivíduos que deviam se mostrar íntegros perante a população e não engodo e estrume no ventilador.
Que legal que há esse lado bom da política brasileira. Assim, os brasileiros se divertem um pouco e ficam sabendo das infinitas falcatruas dos homens e mulheres na facilidade de surrupiar grana da esplendorosa vida pública.