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Se queres saber o valor do dinheiro, tenta pedi-lo emprestado

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Se queres saber o valor do dinheiro, tenta pedi-lo emprestado

Neste momento de crise econômica, tenho como sugestão adoção da capitalização com juro simples nos empréstimos bancários. Sim juro simples, ao invés de juros compostos. Teríamos empréstimos mais adequados para esse período, oportunizando as empresas algum fôlego financeiro. Como tivemos pessoas com dúvidas, gostaria de explicar e de sustentar essa ideia.

Pois bem, vamos entender primeiro o que é juro. Juro é a remuneração do capital emprestado, podendo ser entendido, de forma simplificada, como sendo o aluguel pago pelo uso do dinheiro (VIEIRA SOBRINHO, p.17,1986). E, no mercado temos dois modelos de capitalização de um capital. O modelo de capitalização simples e o modelo composto.

No modelo de capitalização simples o cálculo da taxa de juro incide sobre o capital inicial, a taxa apresenta uma variação na forma linear. Já na capitalização composta o cálculo da taxa de juro incide sobre o capital inicial, acrescido dos juros acumulados até o período anterior, com isso a taxa varia de forma exponencial.

Os dois modelos existem? Sim, existem.

Mas são usados da mesma maneira? Bom, não são usados.

Na verdade a capitalização simples é muito pouco utilizada. Mas por que o sistema financeiro não utiliza as duas? Não usa por que é menos lucrativo. Só por isso e ponto final. O sistema todo está condicionado na utilização somente de um método, e como poucos entendem e também não tem força para alterar essa crença, todos nós fazemos nossos financiamentos, pagamentos e empréstimos pelo modelo mais favorável a quem empresta.

Vários autores de autoajuda financeira, sabedores da vontade de seus leitores em conseguir enriquecer de forma mais rápida, iniciam seus livros, blogs ou vídeos assim: multiplique seus ganhos. Sim, juro composto é exatamente isso, a multiplicação de um de uma taxa sobre outra taxa. Essa multiplicação faz com que o valor se desenvolva mais rápido, muito mais que no juro simples.

E onde é utilizado o juro simples? Usamos somente para operações no curto prazo, tais como: corrigir valores de financiamentos e boletos em atraso, por exemplo. Daí você pergunta, por que usamos para corrigir valores de financiamentos e boletos em atraso? Por que não usamos os juros compostos para isso? Por que geralmente em períodos fracionários (menores de um mês), o juro simples apresenta um valor maior que o juro composto.

Verifique que a imagem demonstra a curva dos tipos de capitalização. Note que no inicio os juros simples são um pouco maiores que os juros compostos. Assim, quando você vai pagar o juro de uma operação de curto prazo, como um boleto bancário atrasado, na maioria das vezes você paga sempre com juro simples. Detalhe: nunca o recebedor reclamou e nunca irá, pois o valor que você pagou foi maior do que se ele fosse pago com o juro composto.

Veja o seguinte exemplo que apresentamos a seguir. Um investimento de R$ 10.000,00, a uma taxa de 10% ao mês, você vai pagar R$ 10.500,00 no juro simples, e pelo juro composto pagaria R$ 10.488,09. Uma diferença pequena, mas ninguém faz a devolução a você na hora do pagamento. O correto seria cobrar e calcular, com juros compostos em períodos fracionários. Algumas pessoas até calculam antes de efetuar o pagamento, mas calculam utilizando o método do juro simples que é mais fácil. Portanto quando ela vai conferir o valor, o valor bate com o da cobrança do recebedor e daí, claro ela aceita.

REGIME DE CAPITALIZAÇÃO

15 DIAS – R$10.500,00 (SIMPLES) – R$10.0488,09 (COMPOSTO)
1 MÊS – R$11.000,00 (SIMPLES) – R$11.000,00 (COMPOSTO)
2 MESES – R$12.000,00 (SIMPLES) – R$12.100,00 (COMPOSTO)

Bom, percebe-se também que no longo prazo, o juro simples ele fica menor, ou melhor, fica bem mais adequado para ser utilizado pelo pagador. E, é aí que faço minha proposta, por que não utilizá-lo? Como é um modelo de capitalização válido por que não fazer?
Sei que por algumas questões técnicas em determinados casos, o juro simples pode ter alguma limitação. Mas para empréstimos e financiamentos é bastante apropriado, pois ele paga o juro devido e também restitui o valor emprestado. Poderia ser amplamente utilizado como uma alternativa justa e mais aderente neste momento de urgência e emergência que a COVID-19 está assolando várias empresas e pessoas.

Seria mais o lícito a se fazer neste momento, pois ele além de não apresentar o anatocismo que temos nos juros compostos, ajudaria os tomadores de empréstimos a poderem honrar seus compromissos com um planejando financeiro adequado.

Da maneira que está, somente com a capitalização composta, me recordo da frase de Benjamin Franklin que disse: “Se queres saber o valor do dinheiro, tenta pedi-lo emprestado”. Ele conhecia os juros compostos e suas implicações futuras. Administre seu dinheiro.

 

Dica de Livro:

O homem mais inteligente da história – Augusto Cury

Nesta semana da Páscoa indico um livro bastante interessante e de boa reflexão. É o livro “O Homem mais inteligente da história” que é o primeiro volume de uma trilogia. Neste primeiro episódio, Augusto Cury conta a história de Marco Polo, que é um renomado psiquiatra ateu da atualidade, especialista no funcionamento da mente e autor do primeiro programa mundial de gestão da emoção.

Após passar por uma terrível perda pessoal, o psiquiatra é convidado a ir para Jerusalém para participar de uma reunião na ONU, onde é desafiado a estudar a inteligência do homem mais famoso da história, o próprio Jesus Cristo. Mesmo sendo ateu, Marco aceita o desafio e parte para uma épica jornada de analisar a mente de Jesus com uma ótica científica e não religiosa. Marco Polo esperava concluir que Jesus era um homem comum, sem grandes habilidades intelectuais, mas aos poucos ele fica abalado e conclui que a mente do personagem mais conhecido da humanidade permanece um mistério.

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