Para uma cidade com mais de 100 mil habitantes, os índices de criminalidade são considerados baixos em Tubarão. Além dos policiais militares, civis e guardas municipais, as próprias comunidades contribuem para manter a segurança pública sob controle, por meio de participação e envolvimento em programas e iniciativas como a Rede de Vizinhos e o Proerd.
Prevenção e repressão têm sido constantes no trabalho dos profissionais da segurança. A cada três dias, em média duas pessoas são presas no município, a maioria por tráfico de drogas. O número é considerado alto, especialmente quando comparado o total do mês com a quantidades de detentos no Presídio Regional.
Mesmo assim, as estatísticas da PM indicam redução dos crimes no primeiro quadrimestre de 2019 em relação ao mesmo período de 2017 e 2018. Os furtos, por exemplo, tiveram 526 registros de janeiro a abril de 2017, 390 em 2018 e 158 em 2019.
“Estamos apostando na relação com o público. Por isso, a Bike patrulha é um carro-chefe e vamos ampliar. Hoje, temos dois policiais e quatro bicicletas. Eles fazem rondas, conversam com os comerciantes e cidadãos, e distribuem folhetos sobre repressão. Um trabalho muito importante, já que 190 tem apenas seis viaturas à disposição”, destaca o comandante do 5º Batalhão da Polícia Militar, tenente-coronel Silvio Roberto Lisboa.
Com relação à Polícia Civil, uma das mais recentes e importantes conquistas foi a centralização dos serviços. Desde 2018, todos são prestados no Complexo de Segurança, que trouxe maior comodidade aos usuários, já que evita os deslocamentos desnecessários pela cidade, como ocorria até então. “Embora os tubaronenses ainda se sintam acuados com inúmeras informações da área, de forma imediata, por parte das mídias sociais, poucos foram os crimes graves e sem resolubilidade em nosso município”, ressalta a delegada regional Vivian Garcia Selig.
Mas os desafios da segurança pública ainda são diversos. “Tem-se a premente necessidade de trabalhos de inteligência e contra inteligência, a informatização de serviços básicos na seara administrativa de trânsito e criminal, a especialização das investigações e o aprimoramento do atendimento ao público. Necessita-se de políticas de investimento, o incremento do efetivo, a qualificação dos profissionais e o aprimoramento da estrutura de trabalho”, acrescenta a delegada.
Rede de prevenção da PM
Proerd
O Programa Educacional de Resistência às Drogas (Proerd) é desenvolvido com os estudantes do 5º ano do ensino fundamental e tem por objetivos desenvolver habilidades que lhes permitam evitar influências negativas em relação a drogas e violência, permitir aos alunos que enxerguem os policiais militares como servidores de confiança, e abrir um diálogo permanente entre a escola, a Polícia Militar e a família. Mais de 1,3 milhão de estudantes já participaram do programa em Santa Catarina.
Rede de Vizinhos
Mais de duas mil residências de Tubarão são cadastradas no programa Rede de Vizinhos, uma espécie de polícia comunitária em que a troca de informações tem a prevenção como principal resultado. O primeiro passo para os interessados em participar é entrar em contato com o gestor da rede, pelo telefone (48) 98419-1487, que fornecerá um link para a realização do cadastro. Depois, o policial militar responsável faz uma pesquisa para avaliar qual o tipo de rede a pessoa se encaixa.
Rede de Segurança Escolar
O programa Rede de Segurança Escolar desenvolve ações policiais junto à comunidade escolar, prestando serviços de apoio e de consultoria de segurança escolar, assessoramento e atendimento com base em aspectos estruturais e não estruturais das unidades de ensino.
Rede Catarina de Proteção à Mulher
Instituído em Tubarão em 2019, a Rede Catarina de Proteção à Mulher já atendeu mais de 60 mulheres e hoje acompanha cerca de 40. O programa visa prevenir os crimes de violência doméstica contra as mulheres por meio da integração de diversos órgãos públicos para oferecer condições para que elas denunciem as agressões. Os casos começam a ser atendidos a partir dos boletins de ocorrências, denúncias ou encaminhamentos do judiciário. As visitas são feitas semanalmente pela Patrulha Maria da Penha, dependendo da situação, e se necessário a Defensoria Pública ou o próprio juiz são acionados para que as medidas cabíveis sejam tomadas. Em 2019, mais de 150 casos de violência doméstica já foram registrados na cidade.