Os deputados Ivan Naatz (PL) e Kennedy Nunes (PSD) não pouparam criticas ao secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico Lucas Esmeraldino (PSL), alvo de denúncias da edição de terça-feira (19) do jornal Notícias do Dia (leia o resumo abaixo).
O impresso acusa Esmeraldino de possuir influência nas decisões do governo do Estado e, com isso, conseguir a indicação de parentes e amigos para cargos públicos estratégicos.
“A família de Tubarão tomou conta de Santa Catarina. O governo foi tomado por duas pessoas que estão fazendo dele, a sua própria casa. O secretário Lucas Esmeraldino usando da sua influência pra empregar a família, pra fazer negócios com o governo. […] As indicações […] todas elas no núcleo familiar, no núcleo social, no núcleo de amiguinhos de sócio do irmão dele, o Cris Esmeraldino“, denunciou Naatz.
“…O governador era assessor dele [Lucas Esmeraldino] quando ele era vereador em Tubarão. Descobre que o presidente da SCPar, o Gustavo [Salvador], era sócio de uma empresa do irmão do secretário. Que o diretor-financeiro do Porto de São Francisco do Sul é tio do Lucas. […] Todos os diretores e gerentes lá, ninguém é da região de ‘São Chico’, de Araquari. Tem um monte lá do sul. Um monte lá de Imbituba, Laguna, Tubarão. Tubarão, mesmo, virou uma república. […] Isso aqui é formação de quadrilha. […] Fizeram uma extensão da SCPar na empresa dos Esmeraldino?”, questionou Nunes.
O que diz o citado
Procurada pelo o EXTRA.SC, a assessoria de imprensa de Lucas Esmeraldino enviou uma nota, em que ele diz que não há qualquer influência sua no Governo do Estado, a não ser na secretaria que administra. Também garante que não há nada que desabone os negócios de seus familiares. “Repudio toda tentativa de denegrir minha imagem e da minha família em falas e conteúdos fundamentados em suposições, informações contraditórias e inquéritos arquivados por ausência de provas”.
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Reportagem do ND
A publicação do jornal aponta que Almir Esmeraldino, tio do secretário de Desenvolvimento Econômico, Lucas Esmeraldino (PSL), é diretor-financeiro do braço da SCPar que comanda o Porto de São Francisco do Sul. Ele é mais um dos nomes ligados a Esmeraldino que poderá ter sua atuação contestada por falhas administrativas ou conflito de interesses. O Portal da Transparência omite o salário de Almir.
Marcos de Souza Sabino, indicado por Esmeraldino para ser presidente da Aresc, teve seu nome rejeitado por cinco votos a zero na comissão especial da Assembleia Legislativa. O engenheiro foi nomeado para presidir o Sapiens Parque e acumulava a função de secretário da holding da SCPar desde o começo da gestão do presidente Gustavo Salvador Pereira, outro indicado por Esmeraldino e que teve sociedade com um dos irmãos do secretário de Estado.
No currículo de Sabino, consta que trabalhou para a Novare Empreendimentos Imobiliários, empresa da família de Esmeraldino. A Novare funciona no mesmo endereço da Orban Construtora, outra empresa da família do secretário.
A Orban foi investigada pelo Ministério Público desde que o Conselho Municipal do Fundeb apontou indícios de inidoneidade no processo licitatório e em contrato administrativo para a construção do Centro de Educação Infantil Cinderela,, em 2011. Segundo os conselheiros, o documento teria sofrido aditivos e a obra não teria sido concluída depois de ser contratada pela Prefeitura de Tubarão. O inquérito foi arquivado em julho de 2019, pois a promotoria não encontrou provas para propor uma ação de improbidade administrativa.
Mas outros dois processos contra empresas da família Esmeraldino ainda estão sendo avaliados pela Justiça. Os alvos dos promotores são a mesma Orban e a Infodigital Informática Ltda.
CLIQUE PARA AMPLIAR. Foto: Reprodução/ND
