No último dia 8 de março, a portaria do Ministério da Educação (MEC) foi atualizada incluindo cursos como a Odontologia em uma mobilidade de subsidiar o ensino a distância.
Os conselhos de odontologia federal (CFO) e regionais (CRO) já emitiram notas de repúdio à portaria. Sendo assim, venho aqui exemplificar algumas desvantagens da modalidade a distância.
Primeiro ponto é a falta de interação social que a educação a distância pode limitar a interação social e a formação de redes de apoio que são comuns na educação presencial. Isso pode resultar em sentimentos de isolamento e falta de motivação para concluir o curso. (Liaw, Huang, & Chen, 2007)
Também requer habilidades de autodisciplina. A educação a distância exige que os alunos tenham habilidades de autodisciplina e auto direção, já que não há uma estrutura de sala de aula e um professor físico para manter o aluno na tarefa. (Rovai & Jordan, 2004)
Falta de um feedback imediato, também é um problema. Os alunos podem ter que esperar dias ou semanas para receber feedback de um professor ou colega, o que pode levar a sentimentos de desmotivação e atraso no progresso do curso. (Joo, Lim, & Kim, 2011)
A educação a distância depende de tecnologia confiável e acesso à internet para ser eficaz. Os alunos que não têm acesso adequado à tecnologia podem ter dificuldades para acessar materiais do curso e participar de atividades on-line. (Hart, 2012)
Outro estudo realizado em 2019 na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) comparou as taxas de evasão e aprovação na educação a distância e na educação presencial. Os resultados mostraram que a taxa de evasão na educação a distância foi de 22,3%, enquanto na educação presencial foi de 8,3%. Além disso, a taxa de aprovação na educação a distância foi de 69,9%, enquanto na educação presencial foi de 79,4% (De Barba, Souza, & Bocorny, 2019).
Mas ao meu ver, as principais desvantagens da educação a distância em cursos da área da saúde é a falta de prática clínica e experiência prática em ambiente hospitalar, ambulatorial é clínico, o que pode impactar negativamente na formação do estudante.
Segundo um estudo de 2019 realizado na Universidade Federal de Uberlândia (UFU), a falta de prática clínica na educação a distância em cursos da área da saúde pode levar a lacunas na formação do estudante em relação às habilidades clínicas e práticas, afetando negativamente a qualidade do cuidado prestado pelos futuros profissionais de saúde (Lopes & Silva, 2019).
Portanto, a sociedade deve se questionar se realmente teremos vantagem nas facilidades do sistema EAD.