O “Caixa é o rei” é uma expressão utilizada na área financeira para designar a importância do caixa nas organizações. Mas qual caixa utilizar? Temos por exemplo: a Demonstração do Fluxo de Caixa com a utilização do Método Direto ou Indireto. Mas, temos outras modelos como: Fluxo de Caixa Projetado, Realizado, da Empresa, dos Sócios, Descontado, Caixa Livre, Operacional, Residual, Diário, Semanal, Mensal, Anual e do Projeto. Na realidade todos esses métodos são aplicados em contextos e servem para o controle, planejamento, análise e auxílio na tomada de decisão.
Há alguns anos fomos chamados para fazer uma análise financeira de uma média empresa. Ela tinha já alguns anos mercado e estava entre as mais lembradas pelos clientes. Entretanto, tinha ainda com pouca participação de mercado e seu proprietário reclamava das dificuldades financeiras. A empresa também apresentava boas vendas, possuía uma carteira de clientes consideráveis e diversidade de produtos. Mas, o quê acontecia?
Bom, o ciclo financeiro era bastante alongado para o segmento. O ciclo financeiro de forma simples é intervalo de tempo entre a data de pagamento aos fornecedores pela aquisição de mercadorias, ou insumos, e a data de recebimento dos consumidores pelas vendas. Para entrar naquele mercado e aumentar de forma rápida a participação, a empresa optou por vender com prazos amplos. Ou seja, financiava a compra de seus clientes e isso, resultava na falta de caixa para cumprir compromissos.
O fluxo de caixa mostra o dinheiro que tenho para pagar as contas que tenho. Além desta lógica básica, ele apresenta possibilidades de análise dos tipos de pagamentos e recebimentos podendo ser estes de acordo com Gitman (2004) para investimentos, operacionais ou financeiros. Pois bem, para convencer toda equipe da empresa da real necessidade de uma diminuição no ciclo financeiro, resolvemos montar um fluxo de caixa não só com os números, mas com um gráfico de barras diário, onde eram apresentadas em barras vermelhas as saídas diárias de caixa e em barras verdes as entradas de recursos. Nossa proposta era causar um impacto visual para persuasão. E causou!
O proprietário teve quase um infarto, passou muito mal e teve de ser atendido, pois ficou chocado. Ele sabia da falta de recursos, pois diariamente estava preocupado, mas não admitia que os prazos adotados e de que a forma de pagamento e o tipo de venda ofertada é que estavam matando aos poucos e inviabilizando de forma significativa sua gestão. Com critérios, ações específicas e uma boa dose de planejamento, o fluxo de caixa foi ajustando e alinhando. E, a empresa encontrou seu ponto de equilíbrio. O seu gestor se cuidou e hoje apresenta uma saúde sólida (pessoal e financeira). O Caixa é o rei? Administre seu negócio.
Dica de livro
CRASH: Uma breve história da economia – da Grécia antiga até século XXI.
O autor apresenta a economia e seus conceitos de forma descomplicada. Com uma escrita clara e simples, nos apresenta como a história e o desenvolvimento da humanidade se relacionam com a economia.
VERSIGNASSI, Alexandre. CRASH: Uma breve história da economia – da Grécia antiga até século XXI. 2.ed. São Paulo: LeYa, 2015.