Desde a saída do ex-prefeito e ex-deputado estadual Genésio Goulart (1954-2021) dos holofotes, o quebrado MDB tubaronense tenta colar seus cacos. Em 2012, uma malsucedida aliança com o rival PP desgastou completamente o então deputado federal Edinho Bez, naquele momento, principal liderança da sigla.
Em 2016, em uma outra estranha coligação, dessa vez com o PSDB de Carlos Stüpp, o partido terminou o pleito de fora do executivo municipal – mais uma vez.
E em 2020, apostando todas as fichas em um candidato low profile, teve a menor porcentagem de votação entre as vezes que encabeçou uma chapa majoritária na cidade. A tragédia foi tamanha, que elegeu apenas um vereador para a atual legislatura.
Entre todos esses reveses, vários anúncios de “reformulação” e “novo partido” foram anunciados. O problema é que a novidade sempre ficou restrita ao título. Na prática, são sempre os mesmos que comandam a sigla. No sábado (16), o “novo” presidente eleito, já era presidente da comissão provisória. Na foto que ilustra esta coluna, temos Edinho, Miguel Ximenes, Celso Maldaner, José Luiz Tancredo… de novo, nada.
Novo PSDB
Já escrevi por aqui que o MDB deveria aprender com o PSDB. O partido aceitou ser presidido por uma nova liderança e apostou nela para a eleição de 2020. Mesmo sem êxito, não desistiu do projeto.
Elegeu um vereador, também novidade, e atraiu jovens que gostam de política. Tem algum vício que seus integrantes ainda precisam de coragem para se desprender, mas ostentam um projeto que, esse sim, podemos chamar de novo.
Naftalina
A história e o passado jamais podem ser esquecidos. Mas é preciso saber a hora de resetar. Ouvir os mais experientes, sim, mas dar espaço para novas lideranças, com maior abertura para adaptação. Falta isso para o MDB tubaronense. E, me desculpem, mas não vai ser com essa “nova” diretoria, que isso vai acontecer.
Um texto circulou pelas redes sociais, e em pelo menos um ponto traz uma verdade: o “novo” MDB já nasce com cheiro de naftalina. E em 2024, serão 28 anos longe do poder em Tubarão.
Grande Jantar (1)
O nome do evento que abriu o “Festival Gastronômico de Tubarão“, assunto do abre-coluna da última semana, espantou quem não se integra ao círculo de “personalidades”, “autoridades” e “influenciadores” da cidade. Só por se distanciar da grande massa, já é um erro.
Agora, quem compareceu – e desembolsou R$ 140,00 – saiu com fome. A “surpresa” do cardápio às escuras era a pouca comida. E a seleção de pratos, que prometia destacar a rota gastronômica da cidade, também não agradou. Ingredientes de Laguna, São Joaquim e Urussanga tiveram mais destaque.
Rota de passagem
Comentando justamente sobre a falta de prioridade da Acit, organizadora do evento, com a gastronomia da Cidade Azul, um amigo comentou: “e desde quando esta entidade prioriza Tubarão“?
No fim das contas, Tubarão estava na rota sim. Rota de passagem para outros destinos.
Não agradou
Ainda sobre o “Grande Jantar”, o evento pareceu uma festa familiar. Durante o cerimonial, discursaram a coordenadora do núcleo de Gastronomia da entidade e, claro, o presidente. Esposa e marido. Só faltou a criançada!
A fala do governador Carlos Moisés da Silva (sem partido) também pegou mal. Último a discursar, ele não citou, em nenhum momento, o nome do prefeito anfitrião Joares Ponticelli (Progressistas). Mas a recíproca não foi a mesma. Ponticelli agradeceu a presença de Moisés por, pelo menos, três vezes. Boa parte dos convidados percebeu a desfeita.
Curtas
• Quem teve a ideia de realizar uma pré-inauguração da nova sede da Associação dos Servidores da Prefeitura de Tubarão em uma sexta-feira à tarde?…
• … esse não é o horário de expediente dos associados?
• Teve vereador tubaronense, conhecido por ser um grandiosíssimo puxa-saco, que mesmo sabendo que não era convidado para o evento com o governador, se fez presente.
• Segundo o governador Moisés, a Gol tem interesse em operar no Aeroporto Regional de Jaguaruna…
• … rota entre o planalto catarinense, Jaguaruna e Guarulhos (SP).
• Nunca antes na história deste país vi um mestre de cerimônias ser educado com a imprensa, a ponto de citar todos os jornalistas presentes na cobertura de um evento oficial…
• … méritos para o município de Laguna, durante passagem do ministro do Turismo na última sexta-feira (15).
Pra acabar
Durante passagem pela CDL Tubarão, na última sexta-feira (15), o governador Carlos Moisés foi questionado para qual partido migraria.
Em um provável ato falho, que não passou despercebido por este que vos escreve, parafraseou o ex-governador Luiz Henrique da Silveira (1940-2015), figura marcante da história do MDB catarinense. Assista: