Para o bom entendedor, meia palavra basta. Todos sabiam que a tão discutida terceira via que surgiu para desbancar os dois principais nomes da política brasileira, a polarização de Jair Bolsonaro e Lula, mais cedo ou mais tarde, sairia do circuito. Doria e Moro, entraram na competição, mas queimaram na largada, esfumaçados se recolheram para os boxes. O governador de São Paulo, João Doria, bastante didático e malandro na política, aproveitou a pandemia para atrair dividendos mas não levou.
Já o ex-juiz da Lava Jato, Segio Moro, embora tenha participado de forma relâmpago no governo Bolsonaro como ministro da justiça e segurança pública, imaginava ter saído com honras de apoio popular o que foi totalmente antagônico. No apagar das luzes aplicou uma rasteira no Podemos e se filiou no União Brasil. Nos bastidores há informação de que Sergio Moro vai tentar concorrer a deputado federal, enquanto que João Doria, mesmo assim, renunciou o cargo de governador, manteve a palavra e vai para o certame de outubro. De acordo com as pesquisas, ambos possuem percentuais baixíssimos na corrida presidencial. E os votos de Moro iriam para quais candidatos? Nem Bolsonaro nem Lula ou teoricamente para o Coronel Ciro!
MDB e União Brasil
Duas agremiações partidárias (para embate eleitoral) terão que fazer das tripas coração, caso contrário, ficarão pelo caminho, como já houve com outros aspirantes à majoritária. Antídio Luneli (MDB) recebeu o aval do partido, porém segue aos trancos e barrancos, sem ganhar força nem reconhecimento dos catarinenses. Gean Loureiro (UB) embora tenha anunciado antes, inicia agora um roteiro nada animador.
Quem sabe com a federalização de siglas possa haver um grande encontro de ambos, com outros partidos, para entrar em campo e enfrentar Carlos Moises (REP) que tenta a reeleição. Uma coisa é notável, com a divisão deles agiganta ainda mais o atual governador para o pleito de outubro.
Precipitado na renúncia?
Gean Loureiro deixou oficialmente o comando da prefeitura da capital para se lançar como pré-candidato ao governo do estado no partido União Brasil. Para quem companha o desenrolar do pleito eleitoral, o agora ex-prefeito de Florianópolis, Loureiro estaria dando um passo muito maior que suas pernas.
Por mais que se faça composição com outras agremiações, o jogo ficará meio truncado para o UB. Exemplos estão aí expostos, caso do MDB de Antídio Luneli que não ascendeu. Gean Loureiro surfará em ondas sinuosas neste oceano de alguns tubarões abastados.
Não é desta vez
Clésio Salvaro jogou a toalha e prescindiu de concorrer a eleição de outubro ao governo do estado. Por mais que tenha sido uma conversa relevante com o também prefeito João Rodrigues, o mandatário criciumense preferiu cumprir seu mandato até o fim, como havia dito a seus eleitores quando de sua vitória nas urnas em 2020. Dizem que na hora H ele amarelou.
Em sendo assim, o projeto idealizado pelo chefe do executivo destino, na possível formação do trio bolsonarista, Rodrigues e Salvaro, mais Hang, para o senado, acabou indo por água abaixo. O prefeito de Chapecó, segue pré-candidato, procura agora a reorganização para outro nome a fim de sacramentar a meta. Será que se fosse o inverso; Clésio e João, as coisas não seriam diferentes? Eis a questão.
Só fazendo fogo
E o ex-presidente Lula, hein? Parafraseando alguns renomados analistas políticos de que o dono do Partido dos Trabalhadores Luiz Inácio da Silva, embora esteja habilitado pela justiça para ser candidato, após resolver em parte um amontoado de processos que recaem sobre seus ombros, por tudo isso e muito mais, Lula, estaria aproveitando a ocasião neste período de propaganda eleitoral gratuita, para debulhar o pau em seu maior opositor, Bolsonaro, principalmente no caso do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro e os pastores evangélicos, depois se exime de ser candidato a presidência da República?
Vale ressaltar, para quem ainda tem dúvida, que o líder petista atualmente possui prerrogativa de participar das eleições de outubro. Em seu desfavor, o problema de sair às ruas, as pesquisas, cujos organismos responsáveis são de tendência ideológica e não confiáveis. Contudo, terá ainda que responder a muitos outros inquéritos e processos que estão parados nas instâncias judiciais. O chefe do Petrolão, Mensalão, Lavagem de dinheiro, corrupção passiva e ativa, com rombos trilionários dos cofres públicos, continua com a vida mais conturbada do que cobra venenosa enrolada em suas presas.
A Amurel fortalecida
Tudo indica que a nossa região, outrora desamparada, será literalmente recuperada em sua representação política na Alesc e no Congresso Nacional. Os pré-candidatos que colocaram nome a disposição de cada sigla partidária, ao que se vê, estão articulando muito bem aqui e em todo estado, caso sejam oficializados, com o apoio do eleitorado catarinense, a conquista nas urnas no dia 2 de outubro. A Amurel não pode mais ficar refém de políticos de outras regiões nesta conceituada e fundamental representação político-partidária.