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Num mundo inundado de informações irrelevantes, clareza é poder

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Num mundo inundado de informações irrelevantes, clareza é poder

Foto: Reprodução

Com essa frase do historiador Yuval Noah Harari, inicia introdução do livro “21 lições para o século 21”. Nele o autor apresenta uma visão do mundo presente em que muitos poucos conseguem ter uma visão lúcida sobre o futuro da humanidade e quais são as questões cruciais e agendas urgentes. Somos inundados diariamente de muitas informações, por vezes tomamos decisões somente a partir de “recortes” direcionados e que tentam nos influenciar. A tomada de decisão é considerada como um processo complexo e abrangente.

É importante lembrar a etimologia do termo decisão que apresenta raiz latina na palavra decido, significando destacar, recortar, apartar. De fato, o conceito genérico de decisão conduz à ideia de intenção em direção a um efeito conclusivo, julgamento ou solução. A decisão é uma escolha ou opção feita pelo tomador de decisão sobre o que deve, ou não deve, ser feito em uma determinada circunstância segundo Steiner (1969).

A tomada de decisão é algo que fazemos milhares de vezes ao dia. Por ser algo tão comum, se supõem que a tomada de uma decisão seja algo totalmente entendido e conhecido. Mas isso não ocorre, verifica-se uma quase ausência de metodologia para orientar e ou apoiar o processo decisório, no sentido de torná-lo uma atividade estruturada. É uma atividade que engloba múltiplas dimensões, perspectivas e objetivos, e para que se chegue a decidir sobre algo é preciso balancear todos esses fatores.

Em uma pesquisa com executivos do Canadá e dos Estados Unidos, foi percebido que as melhores táticas de tomada de decisão são as menos usadas. Além disso, constatou-se que o processo formal de tomada de decisões raramente é seguido. Os administradores costumam pular direto para as conclusões e tentar implementá-las. Isso os faz abordar a pesquisa de dados, considerar poucas alternativas (na maioria das vezes, uma só) e prestar pouca atenção nas pessoas afetadas por suas decisões.

Nas organizações tomar sempre uma decisão bem feita é tarefa difícil, com restrição de problemas de rotina, bem conhecidos e com estrutura de opções bem decidida, o processo de formular alternativas de decisão e escolher a melhor delas é quase sempre caótico e complexo. Caótico porque indivíduos e as organizações não apresentam visão clara e completa dos objetivos e dos meios que definem o problema de decisão. Complexo porque a dúvida, a falta de estruturação e a dimensão do problema podem inviabilizar a aplicação sistemática da maior parte das metodologias de decisão, as quais frequentemente utilizam julgamentos subjetivos (SHIMIZU, 2001).

A tomada de decisão organizacional é formalmente definida como o processo de identificação e solução de problemas. Esse processo contém duas etapas. Na primeira de identificação do problema, a informação sobre as condições ambientais e organizacionais é monitorada para determinar se o desempenho é aceitável e para diagnosticar a causa das falhas. A segunda etapa, de solução de problemas acontece quando são avaliados os caminhos alternativos da ação, e um deles é escolhido e executado.

Finalizando, em outra pesquisa na França ficou observado que os executivos raciocinam primeiramente em termos de solução e só então é que tratam de encontrar um “problema” em que ela se encaixe. A pesquisa diz que os executivos diagnosticam o problema e quando fazem isso, é porque já têm a solução. E isso é exatamente o caminho inverso do que dita a teoria clássica de tomada de decisões.

Segundo Simon (1963), a decisão é um procedimento de análise e eleição entre várias alternativas disponíveis do curso de ação que o decisor deverá seguir. Ele apresenta os elementos clássicos na tomada de decisão: o tomador de decisão, os objetivos, as preferências, a estratégia, a situação e o resultado. Lembre-se para decidir existem métodos, decida corretamente e administre seu negócio.

Dica de livro

21 LIÇÕES PARA O SÉCULO 21 – Yuval Noah Harari.

Como podemos nos proteger de guerras nucleares, cataclismos ambientais e crises tecnológicas? O que fazer sobre a epidemia de fake news ou a ameaça do terrorismo? O que devemos ensinar aos nossos filhos? Em 21 lições para o século 21 o livro explora o presente e nos conduz por uma jornada pelos assuntos prementes da atualidade. Trata ainda sobre o desafio de manter o foco coletivo e individual em face a mudanças frequentes.

HARARI, Yuval Noah. 21 LIÇÕES PARA O SÉCULO 21. São Paulo: Companhia das Letras,2018.

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