Praticamente todas as decisões financeiras são tomadas em condição de incertezas, o que significa que envolvem decisões tomadas hoje a respeito de eventos que ocorrerão no futuro. Assim, uma noção de risco é essencial na tomada de decisão.
Segundo Gitman (2004) risco é a possibilidade de perda financeira. O mercado tem aversão ao risco ou a incerteza. Os ativos considerados mais arriscados são os que mais oferecem maiores possibilidades de perda financeira. As organizações tem a natureza de assumir e gerenciar riscos, e que apenas através destes riscos que elas podem exigir seus retornos estabelecidos.
O grau de risco financeiro assumido por uma empresa tem intensas implicações, no longo prazo, na viabilidade e no sucesso do negócio. Também proporciona impactos para seus fornecedores, empregados e seus acionistas. Uma empresa estruturada com uma configuração tradicional deixa a maior parte do risco com seus acionistas, já que eles podem perder seus investimentos financeiros se o negócio vier a “quebrar”.
Como minimizar isso ? Segundo o que o magnata Aristóteles Onassis (1906-1975) armador grego que criou um império empresarial sempre recomendava “use o dinheiro dos outros”. Sim, essa é uma boa opção. Chamamos isso de alavancagem financeira. Alavancagem é uma estratégia utilizada para minimizar os riscos dos acionistas buscando recursos financeiros de terceiros e desta forma capitalizar empresa e aumentar a possibilidade de lucro. Na física o efeito da alavanca permite que a força aplicada em um ponto de uma barra tenha seu efeito ampliado em outro através da relação entre a distância entre o ponto de aplicação e o apoio da barra.
Nas finanças é a mesma coisa, pois sem necessidade dos acionistas injetarem um novo capital, e sim buscando capital em outras fontes de financiamento é possível atingir melhores retornos, desta forma, a alavanca financeira serve como um multiplicador de capital. Também torna possível que outros assumam os custos de um fracasso em uma organização.
Se bem utilizada essa abordagem com critérios de equilíbrio, projeções e análises de impacto, além de aumentar ganhos é sem dúvida uma excelente estratégia de capitalização em virtude das empresas necessitarem sempre de investir em novos ativos e manter um fluxo de caixa adequado aos seus negócios. Assim usar o dinheiro dos outros, é sim uma boa opção para crescimento de uma organização. Administre seu negócio.
Dica de Livro
Desafio aos Deuses: a Fascinante História do Risco – Peter Bernstein.
Com uma narrativa que se assemelha a um romance, relata a notável aventura intelectual que libertou a humanidade dos oráculos e adivinhos, mediante as ferramentas poderosas da administração do risco disponíveis nos dias de hoje. Quando investidores compram ações, cirurgiões realizam operações, engenheiros projetam pontes, empresários abrem novos negócios, astronautas exploram os céus e políticos concorrem a um cargo eletivo, o risco é seu parceiro inevitável. Contudo, suas ações revelam que o risco não precisa ser hoje tão temido: administrar o risco tornou-se sinônimo de desafio e oportunidade. O autor esclarece os conceitos de probabilidade, amostragem, regressão à média, teoria dos jogos e tomada de decisões racional versus irracional.
BERNSTEIN, Peter. Desafio aos Deuses: a fascinante história do Risco. Rio de Janeiro: Alta Books, 1997.
2 Comentários
Sabe muito!
Olá Karllane obrigado pela leitura e que nossas postagens possam ajudar a todos na carreira profissional e na gestão de suas empresas.