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Para começarmos é importante separarmos a diferença da sexualidade definida pelo Dr. Sigmund Freud, apesar do nome e o contexto malicioso que damos em nosso cotidiano a sexualidade infantil é diferenciada da adulta exatamente pela ausência da malícia. Os trabalhos de Freud se deram no início do século XX e foram o ponto de partida para o entendimento da sexualidade humana.
Ao estudar o desenvolvimento infantil em 1905 Sigmund mostrou grande interesse nas áreas erógenas (região do corpo que sob determinados tipos de estimulação provocam uma sensação prazerosa) que as crianças dão mais atenção em suas respectivas idades. Com seus estudos conseguiu dividi-las em cinco fases: oral, anal, fálica, latência e genital.
Entenda agora suas características:
Fase Oral
Vem desde o nascimento até os dois anos de vida. A necessidade e gratificação estão ambas concentradas predominantemente em volta dos lábios, língua e mais tarde nos dentes. Comer, fumar, morder, beijar são expressões físicas (deslocamento) no adulto dessa fase. Pessoas que fumam ou comem compulsivamente podem estar parcialmente fixadas na fase oral reflexamente a sua história.
É nesse período que vemos as crianças levando todos os objetos à boca. É um reflexo a sobrevivência, mas conectada também a necessidade de nutrição psicológica e não apenas alimento
Fase Anal
Entre dois e quatro anos as crianças geralmente aprendem a controlar os esfíncteres anais e uretrais. Elas prestam uma atenção especial à micção e evacuação, não é raro uma criança oferecer como presente a seus pais as suas fezes, ou mesmo observa-las na privada na hora de dar descarga e lhe dizer ´´adeus“. É nesse momento que devemos incentivar esse desenvolvimento já que a repressão dessa fase por familiares acaba levando a criança a desenvolver enurese e encoprese. Mas devemos atentar que forçar a criança muito cedo a largas as fraudas antes de um ano e oito meses podem acarretar igualmente em problemas.
No adulto a característica de fixação na fase anal se manifesta em: ordem parcimônia (ato de poupar), obstinação, manias de limpeza.
Fase Fálica
A partir dos três anos de idade até os seis a criança entra na fase fálica, que focaliza as áreas genitais do corpo e é caracterizada pela percepção da presença ou ausência de um pênis (comparações genitais). É a primeira vez que a criança se dá conta de suas diferenças sexuais.
Aparece o ´´Complexo de Édipo“, que foi assim denominado a partir da peça de Sófocles. Na tragédia grega, Édipo mata seu pai (desconhecendo sua verdadeira identidade) e mais tarde, casa-se com sua mãe. Quando finalmente descobre a verdade sobre as identidades o próprio Édipo desfigura-se arrancando seus próprios olhos.
Nesse momento formamos o Complexo de castração, formação do Superego. Observamos também que garotos tornam uma admiração pela mãe e garota pelo pai, não é um amor carnal e sim uma visão mágica de herói/ heroína. Mas caso não seja imposto limites na criança (pai e mãe com funções delimitadas), quando adulto pode se desenvolver um distúrbio psicossocial
Período de Latência
Em torno dos cinco/seis anos até o começo da puberdade. É um período onde os desejos sexuais não resolvidos na ´´Fase fálica“ não são atendidos pelo ego (divisão do psicológico) e cuja repressão é feita, com sucesso, pelo superego (divisão do psicológico). Nesse período a sexualidade não mais se manifesta, mas surgem atitudes do ego como vergonha, repulsa, moralidade que estão destinadas a fazer frente à tempestade ulterior da puberdade e a alicerçar o caminho dos desejos sexuais que vão despertando. É chamado de período pois já começam os sentimentos que antes a criança não tinha.
Vemos nesse período as crianças não querendo se trocar na frente de estranhos
Fase Genital
A fase final do desenvolvimento biológico e psicológico ocorre com o início da puberdade e o consequente retorno da energia libidinal aos órgãos sexuais, marcando início na puberdade. Neste momento, meninos e meninas estão ambos conscientes de suas identidades sexuais distintas e começam a buscar formas de satisfazer suas necessidades eróticas e interpessoais.
*Texto escrito pelo aluno Yuri Figueiredo Nascimento, sob orientação da professora Viviane Pessi Feldens.
Texto Original: Fases Psicossexuais do Desenvolvimento, por Viviane Pessi Feldens