Em época de fake news é sempre bom termos a responsabilidade de buscar informação nos veículos de comunicação sérios e reconhecidamente comprometidos com a ética. Desta maneira, me vejo na condição de jornalista e, por respeito aos inúmeros leitores que temos, assim manifestar a cerca dos fatos ocorridos essa semana na Cidade Azul.

Muito tem se falado sobre a prisão preventiva do prefeito e vice e cabe a mim. na condição de jornalista e bacharel em Direito, colaborar com as inúmeras indagações a que nos chega. A prisão preventiva é um instrumento em que o judiciário busca cessar ou afastar qualquer risco por crime ou infrações cometidos por possíveis suspeitos. Na minha humilde avaliação (apesar do sigilo judicial imposto ao inquérito), tal atitude é, por ora, um tanto quanto dura e traumática.

Não vejo nas pessoas do prefeito e vice elementos presentes que caracterizam risco, seja do ponto de vista de fuga, de influência sobre o andamento das investigações ou  a permanência em atos contínuos de delitos. Minha opinião é fundamentada nas mais diversas instâncias oficiais existentes (contas aprovadas pela Câmara de Vereadores e pelo Tribunal de Contas do Estado).

Mas é importante ressaltar que o referido inquérito corre em sigilo de justiça “grau cinco”, ou seja, o maior e mais importante nível de sigilo. Por consequência, fatos até então desconhecidos podem surgir, o que, por consequência, explicariam a decisão judicial de deferir o pedido de prisão preventiva. O certo é que o cidadão tem que ter consciência e conhecimento que decisão judicial é para ser cumprida, assim como o amplo direito à defesa e ao legítimo e respeitado andamento processual, sempre respeitando a presunção de inocência.

Não devemos pré-julgar, mas sim, acompanhar todo o andamento do inquérito e também processual. Cada um dos acusados têm família e uma história de vida pública e, por isso, devem ser respeitados.

Lamentavel

Do ponto de vista politico, é lamentável assistirmos tais fatos sem refletirmos a gravidade que cerca toda essa operação. Temos sete prefeitos presos (um em domiciliar), um vice-prefeito e alguns servidores públicos. Para algumas pessoas que até então acreditavam que a ação pegaria apenas “peixe pequeno”, temos dois prefeitos que já exerceram mandatos como deputados estaduais (Antonio Ceron, de Lages; e Joares Ponticelli, de Tubarão). Ponticelli, inclusive, foi presidente da Assembleia Legislativa por dois mandatos e chegou a assumir interinamente o Governo do Estado.

A repercussão para 2024

Certamente estas prisões preventivas causarão repercussão nas próximas eleições municipais. Por conta desta operação, diversas lideranças politicas começam a traçam estratégias diferentes para uma possível reviravolta do ponto de vista eleitoral.

Mensageiro interminável

Segundo algumas fontes, a Operação Mensageiro está em sua terceira fase, porém, ainda há muito a ser levantado e, nos próximos dias, outras diligencias e pessoas poderão ser visitadas pelos membros do Gaeco.

Gelson Bento assume interinamente

A função de prefeito de Tubarão foi assumida interinamente pelo presidente da Câmara de Vereadores, Gelson Bento (PP). Gelson Bento endossa que deverá dar continuidade aos processos da atual gestão. “A gente recebe de forma triste esta notícia e o município de Tubarão lamenta. Vamos esperar o desenrolar dessa situação para ver o que são os fatos que estão em segredo de justiça. Vamos dar continuidade e celeridade ao que já vem se fazendo. Vamos ver o que os desembargadores alinham para ver as providências a serem tomadas”, comentou. Gelson, que tem sua vida publica pautada sempre no respeito e principalmente em suas relações pacificas com as pessoas e os entes públicos, assume o governo sem alardes e focado na continuidade do bom trabalho institucional. Tanto que, reuniu os secretários de governo, com o objetivo de pedir que os mesmos continuem exercendo com a mesma dedicação e profissionalismo da qual já vêm fazendo desde o inicio da gestão.