“Tubarão, cidade universitária”. Quantas vezes não ouvimos essa frase e, com orgulho, a reproduzimos? É dessa forma que muitos catarinenses conhecem a nossa cidade: “a terra da Unisul”. Conheciam. É com pesar que comunicamos a morte deste título. Hoje, acabaram com o nosso coração. Hoje, venderam a Unisul.
É trágico imaginar que uma instituição de ensino superior, que entre tantos cursos forma, anualmente, dezenas de administradores, economistas, cientistas e gestores, não conseguiu se auto-administrar. É dolorido saber que, gestão atrás de gestão, reitor atrás de reitor, os que foram escolhidos para dirigi-la conseguiram acumular um rombo quase bilionário. É angustiante ler que, por causa da improbidade de alguns, o maior patrimônio da cidade foi entregue, quase que de mão-beijada, a um grupo de fora. É inadmissível que, “profissionais” que recebem salários exorbitantes e altas gratificações para, unicamente, fazer gestão, não a fizeram. E, sabendo da sua incompetência, não pediram demissão.
Talvez não tenha mais volta. Talvez o novo grupo, que irá gerir a Unisul, possa, de fato, injetar ânimo – com o perdão do trocadilho – na ex-nossa Unisul. Mas só torcer não basta. Precisamos continuar lembrando que uma dívida de R$ 700 milhões foi deixada para trás. Quem foi o responsável por ela? Quem não viu que ela aumentava a cada dia? Quem não soube gerir uma universidade que gaba-se com títulos, notas altas e premiações?
A nossa Unisul, a de Tubarão, morreu. E estamos enlutados por isso. Mas não podemos deixar que este sepultamento seja em vão. Autoridades e instituições políticas estão com a palavra. Precisam encontrar culpados e puni-los. Afinal, é o coração da cidade que foi enterrado. E essa perda jamais será reparada. Vá em paz, Unisul!