A Controladoria-Geral da União determinou que o Exército tem dez dias para liberar o “inteiro teor” do procedimento disciplinar que analisou a participação do ex-ministro e deputado federal Eduardo Pazuello (PL-RJ) em um ato político. No governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), o órgão havia considerado que o processo continha informações pessoais, o que lhe garantia um sigilo de até 100 anos.
No primeiro mês do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o Exército manteve as decisões da gestão anterior e liberou apenas um resumo do processo a quem apresentou pedidos por meio da Lei de Acesso à Informação. Agora, a CGU analisou recursos que foram apresentados contra a decisão do Exército e decidiu que o documento deve ser liberado. A única exceção imposta é que determinadas informações pessoais, como o número de CPF, devem ser tarjadas.
Em maio de 2021, quando já havia deixado do Ministério da Saúde, Eduardo Pazuello participou de um passeio de moto ao lado do então presidente Bolsonaro no Rio de Janeiro. Depois, os dois discursaram em cima de uma carro de som.
Na época, Pazuello era general da ativa do Exército, o que motivou a abertura de um processo disciplinar, porque militares da ativa não podem se manifestar politicamente. O Exército, contudo, considerou que não ficou caracterizada transgressão e arquivou o processo.