Nos últimos seis meses, o foco das notícias que saem do Irã é concentrado nas mulheres, que se rebelaram contra o código de vestimenta islâmico e têm sido vítimas de uma misteriosa onda de envenenamento em escolas femininas.
Mais de mil estudantes foram atendidas nos últimos dias com sintomas de enjoos, tontura e palpitações em 50 escolas espalhadas por dez províncias do país. Elas teriam sido envenenadas por emissões de gases tóxicos.
Os ataques disseminaram teorias como a de vingança de extremistas islâmicos, que querem acabar com as escolas femininas, ou a do clássico argumento do regime, que aponta o dedo para os seus inimigos externos.
As suspeitas de envenenamento levaram o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, a defender a pena de morte e sem anistia para seus responsáveis. “Trata-se de um crime imperdoável”, disse.
Entidades de direitos humanos, no entanto, veem a cumplicidade do governo nos ataques que têm como alvos as estudantes de ensino médio e universitário, que fortaleceram os protestos contra o regime.
Em contrapartida à autoridade máxima do país, que defendeu punições para quem envenena estudantes, o chefe do Judiciário, Gholamhossein Mohseni Ejei, decretou, nesta segunda-feira (6), severas sanções para quem violar o código de vestimenta imposto sobre as iranianas.