Três homens acusados de aplicar golpes milionários contra 12 vítimas na região de Tubarão foram denunciados pelo Ministério Público. O esquema fraudulento, iniciado em 2015 e intensificado no início de 2024, teria vitimado proprietários de carros de luxo de toda a região Sul do estado, que venderam seus veículos para o trio e nunca receberam os pagamentos.
Na denúncia, o promotor de Justiça Rafael Rauen Canto pede a condenação dos três réus, de 36 (preso preventivamente), 54 e 42 anos, pela prática dos crimes de associação criminosa, falsidade ideológica, estelionato e lavagem de dinheiro.
O esquema teria iniciado quando o homem de 36 anos tinha uma empresa administradora de bens e teria dado um golpe em diversas instituições financeiras ao contrair empréstimos que não foram pagos. Em 2018, ele se associou com um contador, o réu de 54 anos. Juntos, os dois teriam desenvolvido um esquema criminoso buscando, num primeiro momento, a utilização de “laranjas” para que o réu mais novo passasse a administrar empresas que poderiam ser utilizadas para a aplicação de golpes.
Assim, no mês seguinte, teria entrado no esquema o terceiro réu, o homem de 42 anos, que seria o “laranja” para as operações criminosas. Então, duas empresas foram colocadas no nome do “laranja” para serem empregadas com a finalidade criminosa.
Na sequência, o contador teria usado sua experiência para acessar informações de antigos clientes, simulando a venda de produtos para essas empresas e, assim, emitindo contra elas duplicatas simuladas e notas fiscais falsas. Os títulos de crédito, eram, então, trocados por dinheiro em empresas de factoring e securitizadoras. A investigação identificou a emissão de mais de 500 notas fiscais falsas, totalizando cerca de R$ 15 milhões.
Com o alto valor angariado, o réu de 36 anos teria iniciado o seu plano para angariar o status social de empresário garagista bem-sucedido, realizando dezenas de negócios envolvendo veículos de luxo durante anos, adquirindo-os de maneira parcelada e, na sequência, revendendo-os por valores bem abaixo do mercado.
No entanto, no carnaval de 2024 os golpes vieram à tona, pois os cheques pré-datados utilizados para a aquisição dos veículos começaram a retornar com a informação de insuficiência de fundos, momento em que os ofendidos se reuniram e constataram o golpe de que tinham sido vítimas.