O blog surge para avaliar a decisão da Câmara de Vereadores que aprovou, nesta segunda-feira (24), em primeira votação, a redução no número de parlamentares.
O projeto partiu de João Fernandes (PL) que, desde o seu primeiro mandato (está no terceiro), defende essa bandeira. Não enxergo que, ao diminuir o número de vereadores, a Câmara vai economizar. Mas não é o caso no momento.
A grande articulação de bastidor foi do vice-prefeito Caio Tokarski (PSD). Reduzir o número de cadeiras diminui drasticamente a chance de eleição em partidos de oposição – caso de PSDB, PSC e PSL. Com uma oposição enfraquecida, em uma eventual reeleição, a gestão terá menos dificuldade em aprovar seus projetos – incluindo os tantos em regime de urgência. E Caio é o mais interessado nisso, afinal, deverá se efetivar no posto de Joares Ponticelli (Progressistas) em 2022.
O último vereador a ser convencido foi Eraldo Pereira. Afinal, a decisão também respinga no Cidadania, partido da base. Agora, a sigla dificilmente consegue eleger um segundo vereador. É o mesmo caso do PL, do próprio João Fernandes. Já o Republicanos, precisará lutar para eleger um único legislador. E são exatamente estas três siglas que mais vão se movimentar durante a semana para convencer que votou “SIM” do contrário. Serão 10 dias intermináveis…
A contradição do MDB
Em seus discursos e justificativas, os vereadores do MDB entraram em contradição. Primeiro, tentaram incluir uma ementa ao projeto de João Fernandes, reduzindo ainda mais o número de vereadores: ao invés de 15, queriam 13. A intenção foi adiantada por este blog há duas semanas.
Sabendo que não teriam votos suficientes, José Luiz Tancredo, Evaldo Campos e Dalton Marcon chegaram a argumentar que os bairros perderão representatividade, defenderam uma redução radical para 10 vereadores – a mesma quantidade até 2011 -, mas, no fim, votaram pela aprovação em 15.
Naturalmente, a decisão foi politiqueira. “Não concordo, mas voto sim”, em pleno 2020, não cola. Vereador precisa ter independência e personalidade. Duas características em falta na atual gestão, tanto na situação, quanto na oposição.
Incapacidade de se posicionar
Pior do que falar uma coisa e votar em outra, é não se posicionar. Dorli Fernandes Rufino (PL) e Paulo Henrique Lúcio (PT) agiram de forma covarde e desonraram seus eleitores ao se abster da votação. Volta a questão da personalidade. Vereador não recebe quase R$ 10 mil por mês para ficar em cima do muro. Vergonhoso.