Assistindo de “Games of Thrones” existem diversas passagens dos conselheiros reais. Estes consultores utilizam astúcia, estratégia e conhecimento mantendo-se na proteção do rei. Bom, consultores sempre existiram e alguns deles são bastante famosos como Nicolai Maquiavel (1469-1527) ou o autor de nosso título da coluna, Armand Jean du Plessis, o Cardeal de Richelieu (1585 –1642), ambos muito influentes em suas épocas e até hoje muito atuais.
Essa semana um colega que também atua com consultoria recebeu uma pergunta de uma pessoa para dar um conselho, mas que esse conselho fosse de forma gratuita. E, isso me levou a pensar mais uma vez, por que alguns conselhos em determinadas profissões são cobrados e pagos, sem nenhum questionamento. E, por que outros conselhos em outras profissões devem ser de forma gratuita. Sim, todos sabem que em algumas profissões antes até mesmo de se ter a consulta ou consultoria o valor é cobrado. E, por que um profissional que atua com gestão tem tanta resistência da sociedade para que ele cobre pelo seu conhecimento?
Consultoria existe desde sempre e é uma das profissões que mais cresce no mundo. Vários conselheiros ou consultores estão sempre apresentados na história. Desde relatos do oráculo de Delfos, dos grandes magos chineses, de Aarão irmão mais velho de Moisés ou de Jetro sogro de Noé. Consultoria vem do latim“consultare” que significa dar ou pedir conselho, aconselhar, instrução, opinião ou parecer, segundo dicionário Michaelis (2008).
Já no âmbito empresarial a consultoria se destaca a partir da segunda metade do século XX, especialmente início anos de 1970/80, quando as empresas passaram a alterar suas estruturas organizacionais, devido ao fenômeno global dos mercados. Segundo Donadone e Sznelwar (2004) as tendências de boas práticas de gestão, a necessidade de obtenção de certificações de qualidade em processos, entrada da tecnologia da informação, bem como fenômenos de reengenharia e downsizing abriram possibilidade de atuação das empresas de consultoria no mundo. No Brasil a necessidade de crescimento e de manutenção, bem como, pela melhora de processo e da lucratividade das organizações trouxe, no final dos anos 70, a inclusão de empresas de consultoria em gestão.
Consultorias são classificadas conforme seu serviço, segundo Kurb (1986) e elas são de: (a) diagnóstico empresarial; (b) pesquisas e estudos especiais; (c) elaboração de soluções para problemas específicos; (d) assistência na implementação e de (e) aconselhamento.
Sim, o aconselhamento é um modelo de serviço prestado. No ditado popular se diz que: se conselho fosse bom, ninguém daria de graça. Aí se apresenta a diferença, conselhos dados de forma gratuita se geram impactos ou consequências negativas, pelo fato de terem sidos realizados de forma gratuita, não se pode efetuar a cobrança efetiva de quem lhes deu.
Mas, em consultoria o conselho é tratado de forma diferente, essa consulta ou conselho sempre é embasado em conhecimento teórico científico e/ou na vivência prática pessoal do consultor. A tomada de decisão se dá muitas vezes de forma conjunta, com aspectos de análise e escolha dentro de ferramentas de gestão pertinentes. Se essa decisão for errada trará conflito e consequências para partes interessadas (os chamados stakeholders) da organização. Por isso, o erro tende ao máximo a ser minimizado. Um conselho bem dado para uma organização, sempre trás uma boa forma de reduzir custos, uma oferta na linha de atuação para ações futuras, agilidade no alcance dos resultados, visão diferenciada, suporte para a tomada de decisão e a melhoria no desempenho. Por isso ainda, o Cardeal Richelieu é atual. Administre seu negócio.
Dica de livro
Consultoria Empresarial – Luciano Crocco e Erick Guttmann
Livro discute os aspectos que compõem a profissão de consultor empresarial. Traz temas como o contexto e o profissional da consultoria, discussão sobre produto ou serviço, tipos de consultoria, métodos de administração e avaliação dos serviços e princípios éticos nas relações de consultoria.
CROCCO, Luciano; GUTTMANN, Erick. Consultoria empresarial.2.ed. São Paulo: Saraiva, 2010.





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1 Comentários
Parabéns meu amigo pelo tema tão relevante, concordo com você e assino em baixo, a grande maioria das pessoas querem conselhos ou consultorias porém não dão o mínimo valor, acham deverá ser gratuito