Um militar do Exército foi condenado pelos crimes de latrocínio, tentativa de ocultação de cadáver e corrupção de menores. Ele foi o responsável pelo assassinato do apresentador e DJ Clóvis William dos Santos, o Mukirana, em janeiro deste ano. A sentença foi proferida na Comarca de Laguna neste início de semana. O processo correu em segredo de justiça. Ao todo, a pena totaliza 22 anos de prisão em regime fechado. Cabe recurso.
Segundo a denúncia, Mukirana, o militar de 20 anos e dois adolescentes teriam ido até a praia do Gi. Após desentendimentos e com o suposto objetivo de furtar o veículo da vítima, o acusado imobilizou e asfixiou o apresentador com uma camiseta.
Já desacordado, Clóvis William também teria recebido socos e chutes, além de ter sido amarrado, arrastado e jogado ao mar. A maré trouxe o corpo de volta à praia, onde foi encontrado na manhã do dia 7 de janeiro. Seu automóvel foi localizado no mesmo dia, no Morro da Antena, em Congonhas.
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Relembre o caso
Mukirana foi assassinado na Praia do Gi, em Laguna. Em uma primeira versão, divulgada pela Polícia Civil daquele município, dois adolescentes de 17 anos teriam executado o apresentador. Segundo a investigação, a vítima teria saído de Tubarão na noite do dia 6 de janeiro, acompanhado dos supostos responsáveis pelo crime e de duas adolescentes. Eles abasteceram o carro do apresentador no Posto Disney, no bairro Revoredo.
Três dias depois, a Polícia Civil de Laguna mudou a história, anunciando a prisão de um militar do Exército, que assumiu ter asfixiado e estrangulado Mukirana. Na ocasião, o órgão de segurança justificou que não divulgou todas as informações durante coletiva de imprensa, por não possuir, até então, a autorização para a prisão preventiva.
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Comunicação no sangue
Mukirana nasceu talentoso. Nascido em Florianópolis, escolheu Tubarão para desenvolver suas atividades. Autodidata, apresentou programas na TVBV, Canal 20 e na Band FM, escreveu colunas nos jornais Última Hora, Folha da Semana, Jornal de Bairro, Notisul e Diário do Sul, atuou como DJ e promoveu eventos. A feijoada que levava seu nome foi um marco na área social de Santa Catarina nos anos 2000.
Decidido, passou pelas faculdades de Psicologia e Direito antes de formar-se em Jornalismo. Em janeiro, quando foi vitimado, escrevia para o jornal Correio Regional e apresentava um programa na Unisul TV. Meses antes, tinha lançado um site de notícias.