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Mães supercampeãs: a história de quatro mulheres que conciliam a vida esportiva com a maternidade

Esporte

Mães supercampeãs: a história de quatro mulheres que conciliam a vida esportiva com a maternidade

O que todas elas têm em comum? Medalha de ouro em compartilhar amor e inspiração.

Atualizado em 11/05/2020 02:51

O esporte carrega histórias de superação, paixão e de conquista. Ao longo da carreira esportiva, o atleta precisa encarar diversos desafios. Diante do inesperado, existe foco, treinamento e, sobretudo, amor pela modalidade. Mas, há uma experiência que só as atletas mulheres passam: a maternidade. Para quem faz parte do alto rendimento, buscar o limite físico é o foco diário e, com um bebê no ventre, as metas mudam. É hora de desacelerar.

 

Talento de família

Como mãe de primeira viagem, a karateca Márcia Marcos aprendeu essa lição logo nas primeiras semanas da gestação. “Fui jogar taco na praia e senti muita dor. Fui para o hospital e foi quase um aborto”, relembra.

Depois do episódio, a atleta pouco se jogou para outras aventuras, no entanto, não deixou o exercício físico de lado e continuou nos tatames. “Fazia golpes sem ficar pulando, aquele saltitar necessário no kumite”, descreve. Até que chegou o momento de Nícolas dar o primeiro suspiro. Aos quatro meses de vida, o pequeno já assistia a mãe com o quimono branco competindo os Jogos Abertos. E que alegria ver que o filho herdou da família o talento para o esporte. Seguindo os “golpes” dos pais, hoje, pai, mãe e filho representam Tubarão em diversas competições nacionais e internacionais.

Foto: Arquivo pessoal

 

Troféu mais importante

Na Arena Multiuso, fim de 2019, quando nosso futsal feminino foi campeão do Campeonato da Associação Desportiva do Sul de Santa Catarina, a jogadora Juliane Vieira se destacou. Não só pelas habilidades. Na hora de receber a premiação, enquanto a taça estava na mão direita, no colo da esquerda, havia outro prêmio daquele ano: o filho Vinícius. Com um sorriso no rosto, a atleta tem orgulho pela trajetória que traça dia após dia. “Ser mãe atleta é ter a sensação de superação sempre. Não é fácil ser atleta mulher e ainda mãe. Mas, quando a gente ama o esporte nós damos um jeito”, ensina.

Ju já era atleta antes de dar à luz ao pequeno, que hoje tem 1 aninho. Mesmo com o apoio da família para cuidar do bebê, ela revela o preconceito mascarado que ainda permeia na sociedade. “Além de ser boa mãe, tem que ser boa profissional, esposa. Mesmo dando conta de tudo, as pessoas falam: ‘você não faz mais do que sua obrigação’”, relata. Segundo uma pesquisa, em torno de 40% das mulheres na indústria do esporte já sofreram algum tipo de discriminação de gênero.

Foto: Kamila Melo/Decom

 

Esporte e superação

Diferente das demais, a paratleta Rosane Floriano começou no esporte mais tarde, com 40 anos de idade. Dos 100 metros aos 21 quilômetros, ela não pensa em largar as corridas tão cedo – mas demorou para encará-las. É aí que o filho Raul, 17 anos, atleta de natação, ganha destaque.Quando a mãe o levava todos os dias para treinar, costumava relatar diversas vezes sobre a vontade em começar a correr. Foi assim durante um ano. Até o dia que o filho resolveu motivá-la. “Nunca esqueço. Ele fez várias perguntas, um verdadeiro chacoalhão. Então eu resolvi agir”. Rosane teve um braço amputado quando criança, após o bercinho ter pegado fogo.

Agora, graças ao filho, ela é exemplo de superação para muitos. Só em 2019, foi campeã dos 100, 200 e 400 metros no atletismo dos Jogos Paradesportivos de Santa Catarina. Além de Raul, ela também é mãe do Arthur, de 22 anos. “Talvez eu não tenha procurado um esporte mais cedo, por ter que cuidar deles”. Quando perguntada sobre como é ser mãe paratleta, ela não exita em falar. “Eu tenho minha deficiência, mas sempre consegui me virar sozinha. Hoje sendo mãe e paratleta, sinto que eles têm orgulho de mim”, finaliza.

Fotos: Arquivo pessoal

 

Campeã em ser mãe

Quando reportamos o medo de ficar grávida durante a carreira esportiva, há outro questionamento: existe idade para ser mãe? É uma pergunta que envolve questões culturais e não cabe a ninguém julgar qual o momento certo de gerar uma vida. É o que garante Tayra de Lima, velocista do atletismo tubaronense que teve seu primeiro filho aos 20 anos de idade. Se em 2018 o sorriso era de ser campeã dos Joguinhos Abertos, em 2019 poderia comemorar com alegria a vinda de Otto Junior. “Foi uma felicidade total. Antes de ser atleta meu sonho era ser mãe. Foi o que eu escolhi pra mim. Saberia que seria forte o suficiente para conciliar a maternidade com o esporte naquele momento, por que eu estava pronta pra viver isso”, completa.

Hoje, Otto tem sete meses e Tayra já conseguiu voltar aos treinos normalmente. “Por enquanto está sendo tranquilo, pois no período que treino ele fica com o pai. Assim consigo treinar tranquila. Com certeza é bem cansativo mais tá sendo incrível viver essa nova fase”, afirma a atleta. Ela não pretende trabalhar no momento, quer se dedicar somente ao pequeno e ao atletismo, pois consegue se manter em boas condições com o apoio do Bolsa Atleta.

Foto: Arquivo pessoal

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