A fila de espera por vagas na educação infantil pública será zerada ainda em 2019 em Tubarão. O Grupo de Combate à Evasão Escolar em 2018 conseguiu trazer de volta às salas 60 dos 74 que pararam de frequentar as aulas no município. Na atual gestão, 18 unidades escolares foram revitalizadas por meio de parceria com a comunidade e empresas privadas e outras dez receberão melhorias em um pacote que será lançado no dia 4 de junho.
A educação de Tubarão tem contabilizado diversas conquistas. Mas os desafios ainda são muitos. Segundo o Tribunal de Contas do Estado, os investimentos no setor subiram de 28,48% em 2016 para 32,16% em 2017 e a média salarial dos professores efetivos é uma das melhores de Santa Catarina. No entanto, o rendimento dos alunos do 9º ano do ensino fundamental caiu de 4,9 em 2015 para 4,6 em 2017, conforme o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica.
“Ficou evidente que aumentar os recursos para a educação básica – ainda três vezes menores que os da superior – é necessário, mas insuficiente para melhorar o nível do ensino. É preciso, também e urgentemente, reescrever a escola. É o que estamos fazendo. Após profunda análise, revitalizamos os principais fatores que contribuem para melhorar a aprendizagem e as atitudes dos alunos”, cita o diretor-presidente da Fundação Municipal de Educação, professor Maurício da Silva.
Foi assim que surgiu o projeto “Sucesso na escola, na vida e no trabalho”. E os resultados já começaram a aparecer. A iniciativa inclui o aumento das exigências para que o aluno seja aprovado e também as oportunidades de aprendizagem, maior foco dos professores nas matérias estruturantes, como leitura, escrita, interpretação de textos e operações matemáticas, qualificação dos procedimentos didáticos e participação maior dos pais.
Uma das ações foi a instituição de um calendário com as datas de todas as provas, entregue aos alunos e aos pais no início dos bimestres, o que facilita a cobrança em casa por mais estudos dos filhos e evita o acúmulo de provas no mesmo dia. “Estamos fazendo a implementação destas medidas por meio de forte programa de capacitação e acompanhamento dos professores, incluindo os planejamentos coletivos bimestrais; reuniões com os pais e medição bimestral dos principais indicadores educacionais – rendimento, evasão, repetência, faltas dos alunos e mestres – seguida de rápida intervenção em caso de descontrole”, acrescenta o professor Maurício.
Foto: Priscila Loch
Desafios são complexos na educação superior
O modelo educacional das instituições de ensino superior tem sofrido mudanças e as dificuldades são evidentes. Em Tubarão, a reitoria da Unisul tem buscado meios de enfrentar os problemas financeiros, garantir investimentos e passar pela crise com o mínimo possível de prejuízos.
O reitor Mauri Luiz Heerdt explica que os desafios tornam-se ainda mais complexos por se tratar de uma universidade comunitária. “Os processos exigem a convergência dos três pilares de uma universidade (ensino, pesquisa e extensão) com a tríplice hélice da inovação (universidade, empresas e governo), de tal forma que na atuação conjunta desses elementos se instale um ambiente gerador de soluções concretas para os problemas da sociedade”, destaca.
Na visão do reitor, a educação não pode ter outro sentido que não seja o de promover o desenvolvimento sustentável e o bem-estar das pessoas. “Isso não é uma utopia, mas o resultado lógico da evolução humana. O que nos compete é trabalhar para que esse objetivo se realize. Claro que, assim como todas as conquistas importantes da humanidade, as relativas à educação não são fáceis e muito menos rápidas. Neste setor, mais do que em outros, dependemos literalmente da mudança de mentalidade, da disposição para compreender e aceitar o novo”.
